domingo, 1 de novembro de 2009

O Matrimônio

Gostaria de falar esta semana sobre o matrimônio.

Como Deus vê o matrimônio? Vê como um caminho santo, maravilhoso. Tão santo que o elevou à ordem de sacramento (é um dos sete sacramentos que nos deixou).

Na visão de Deus, o matrimônio, na sua essência, é “um caminho para aperfeiçoar o amor” e assim estarmos um dia preparados para ir ao Céu.

O que significa aperfeiçoar o amor?

Significa aumentar cada vez mais a capacidade de dizer “tu” ao invés de dizer “eu”.

Dentro de nós, invisivelmente, trava-se uma verdadeira batalha: o “eu” x o “tu”.

Um dos dois vai ganhar esta batalha!

Como dizia Santo Agostinho, só existem dois caminhos aqui na terra:
- ou vamos dizendo “tu, tu, tu” e crescendo nesta capacidade até chegar ao máximo o viver para os outros
- ou vamos dizendo “eu, eu, eu” até chegar ao máximo o viver para nós mesmos.

O grande problema é que uma pessoa pode estar dizendo “eu, eu, eu” e parecer que está dizendo “tu, tu, tu”. Por exemplo:
- um marido pode dizer que chegou tarde do trabalho porque está procurando o sustento da família, quando no fundo está chegando tarde porque o trabalho é a sua felicidade ao invés da esposa
- um marido pode comprar um carro dizendo que aquilo é para a família, quando no fundo comprou pensando nele, em satisfazer o seu prazer
- uma esposa pode dizer ao marido que quer comprar uma nova casa porque aquilo será muito bom para todos, quando no fundo quer uma nova casa para se gabar diante das amigas
- uma esposa pode dizer ao marido que quer estar ao seu lado, que não vá viajar, quando no fundo quer que fique tomando conta da casa para que a sua comodidade (a dela) não fique prejudicada

Para onde estou indo? Para o “amor ao próximo” ou para o “amor próprio”? Um sinal são os frutos (pelos vossos frutos vos conhecereis): enquanto o “tu, tu, tu” vai gerando amor pelos outros, compreensão, união, o “eu, eu, eu” vai gerando indiferença pelos outros, incompreensão, separação.

Não podemos parar no amor!

Vale a pena continuar dizendo “tu, tu, tu”! Dizer “tu, tu, tu”, é experimentar o Céu na terra! Isso é assim porque fomos feitos para o amor e, cada vez que dizemos “tu”, “tocamos Deus”, “tocamos o Céu”!

Não paremos de arrancar o nosso egoísmo! Ele é muito forte! É, muitas vezes, invisível, oculto. O fruto do “eu, eu, eu” é a solidão, a tristeza.

Não podemos parar de ir arrancando:
- o nosso egoísmo para dizer “sim” ao próximo
- o nosso orgulho para dizer “sim” ao próximo
- a nossa comodidade para dizer “sim” ao próximo
- a nossa vaidade para dizer “sim” ao próximo
- a nossa inveja para dizer “sim” ao próximo
- numa palavra: não podemos para de ir tirando todas “as gorduras” do nosso coração

Que maravilha é encontrar pessoas casadas, idosas, com um amor jovem! E o amor jovem só tem uma explicação: aquele que não parou na tarefa de dizer: “tu, tu, tu”.

Que estas palavras nos sirvam para colocar “fogo” no nosso amor (e eu, no meu amor a Deus), e para tornar mais clara a estrada que temos que percorrer pela frente.

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